quinta-feira, 14 de novembro de 2024

O QUE NOS FALTA


O que nos falta está morto lá fora.
É o que não somos mais,
o que não podemos mais,
e o que se desfaz sem brilho
e que ninguém nota.

É o que fomos,
que somos
e, logo, não seremos mais.
O que nos falta
é a morte que nos espera lá fora.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

A VIDA É QUIMERA



Não faz diferença 
quanto tempo
ainda nos resta.
O tempo é inútil 
quando termina a festa.

Um ato não vale o fato.
A vida é ilusão, diversão,
 esquecimento e quimera.
Nada faz diferença.


sábado, 2 de novembro de 2024

VIVEMOS PARA MORRER


Ninguém pode negar
que vivemos para morrer.
Não importa o que foi
ou será,
tudo acaba.
Tudo fica por ser,
 fazer e acontecer.
Tudo o que foi e será 
está fadado a desaparecer
como se nunca tivesse existido.
Vivemos para morrer.,
acabar, desaparecer.


MEUS MORTOS

Há mortos que me habitam
contra o tempo, a eternidade
e o silêncio.

Há mortos que são mais intensos
do que os vivos que me frequentam.

 Eles nunca param de morrer,
de desaparecer, de acontecer,
onde, cada vez menos, existo
e, cada vez mais me rendo 
ao meu próprio silêncio.



sábado, 26 de outubro de 2024

SOBRE O MORRER QUE NOS OBRIGA A SER

Já não nos basta a morte voluntária como fundamental questão filosófica contemporânea, como proposto por Camus em o Mito de Sísifo, quando a vida cotidiana se converteu em um fugir do corpo, em um modo de fazer da auto consciência uma percepção estranha de si, do querer e do mundo, através da autônomia fantasmagórica de um eu oniciente, uma ilusão convincente e inútil...

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

O ÚLTIMO SONO

Dormir.
Talvez sonhar com o tempo
em que a vida era só um esboço,
corpo,
e o eu não se destinguia do mundo.

Sonhar com os  anos
de consciência incerta
quando a existência 
quase não era na embriaguez de infâncias.

Desfazer-se...
Olhar a morte nos olhos.
Escapar a consciência,
sem despedida.
Desaparecer,
Esquecer e dormir,
até se perder no NUNCA.
Dormir...





sábado, 19 de outubro de 2024

MORTE E ESQUECIMENTO

Os lugares mudam,
as pessoas morrem,
e a gente acaba.

Tudo que fomos desaparece,
como se a vida fosse
apenas um sonho.

Morremos sem dizer  adeus,
sem deixar esperança ou legado.
Não há sentido em ser lembrado.
O esquecimento é uma forma de paz.