A triste e comum imagem de um acidente de carro na beira da estrada...
O cadáver coberto com um saco preto abandonado a si mesmo em qualquer aleatório canto e a espera de ser recolhido...
A imagem incomoda, fica gravada, mas continuamos viagem, aliviados por não protagonizarmos aquela fatalidade.
Mesmo assim, a imaginação divaga indigesta sobre o trágico fato, banal e impactante sem alcançar o conforto de qualquer satisfatória conclusão.
Fica no fundo apenas a estranha e desconfortável constatação da estranha e desmedida atração que aquela terrivel cena despertou em nossa atenção.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
domingo, 25 de agosto de 2013
A MISÉRIA DA ETERNIDADE
Não sei
Quantos abismos
Separam a vida
Da existência.
Apenas sei
Que a eternidade
É um grande silêncio,
Um vazio imenso,
Que supera o dizer das coisas
Em vislumbres fatais de morte.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
ULTIMA IDADE
Daqui há alguns anos
Estarei velho e vazio,
Doente de mim mesmo,
Vivendo a mercê dos fatos
Da serena agonia
Don tempo cravado no peito
Como uma adaga fria.
Daqui há alguns anos
Estarei tão sombrio
Que me ocuparei apenas
De manter o passado ativo
Esperando a morte rasgar
O álbum de fotografias.
Estarei velho e vazio,
Doente de mim mesmo,
Vivendo a mercê dos fatos
Da serena agonia
Don tempo cravado no peito
Como uma adaga fria.
Daqui há alguns anos
Estarei tão sombrio
Que me ocuparei apenas
De manter o passado ativo
Esperando a morte rasgar
O álbum de fotografias.
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
METAMORTE
Há um espaço
Entre a dor e o vazio
Onde não se chora
E nada apavora.
É mais do que um silêncio,
É quase uma morte,
Uma desordem,
Onde não se sofre,
Mais que consome
Tão profundamente
Nosso sentimento das coisas
Que a vida morre
Antes da gente.
Entre a dor e o vazio
Onde não se chora
E nada apavora.
É mais do que um silêncio,
É quase uma morte,
Uma desordem,
Onde não se sofre,
Mais que consome
Tão profundamente
Nosso sentimento das coisas
Que a vida morre
Antes da gente.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
O QUE É MORTE?
A morte é um conceito limite que se destina a dizer o impossível de ser dito. Morte é uma metáfora-fato que nos assombra e perturba, algo que desconhecemos de tão sabido.
Morte é, simplesmente, aquilo tudo que nos diz a vida além do sexo e do estômago.
Morte é, simplesmente, aquilo tudo que nos diz a vida além do sexo e do estômago.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
OLHAR PERDIDO
Nossos olhos
Quebrados para sempre,
Sem luz ou horizontes.
Apenas o opaco da memória
De nossa apagada existência
Expulsa de repente dos dias.
Apenas nossos olhos
Inúteis...
Apenas isso...
Quebrados para sempre,
Sem luz ou horizontes.
Apenas o opaco da memória
De nossa apagada existência
Expulsa de repente dos dias.
Apenas nossos olhos
Inúteis...
Apenas isso...
terça-feira, 6 de agosto de 2013
FIM DA LINHA
Já não escutava o mundo,
Já não pensava na vida.
Tudo
Fazia sentido,
Tudo valia,
Contra o tedio e o silêncio.
Até mesmo o caos
Servido em generosas doses
De desespero
No alto da madrugada.
Já não pensava na vida.
Tudo
Fazia sentido,
Tudo valia,
Contra o tedio e o silêncio.
Até mesmo o caos
Servido em generosas doses
De desespero
No alto da madrugada.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
MORTO VIVO
A vida me faltou ao encontro.
Nada aconteceu além do sem rumo
Daquele momento
Em que nada importava
E nenhum futuro
Se anunciava.
Apenas o silêncio,
O fim e o absurdo,
Acenavam do abismo
Para meu derradeiro suspiro
De viver sem vida.
Nada aconteceu além do sem rumo
Daquele momento
Em que nada importava
E nenhum futuro
Se anunciava.
Apenas o silêncio,
O fim e o absurdo,
Acenavam do abismo
Para meu derradeiro suspiro
De viver sem vida.
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