quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

O ABSURDO DO NASCIMENTO

Não lamento a existência,
Não temo a morte 
E pouco sei da vida.
Apenas aprendi meu nascimento
como um absurdo,
uma aventura sem sentido
onde não cabe valoração ou significação ontológica.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

A PESTE DENTRO DA PESTE

A peste dentro da peste,
torna a morte onipresente,
intensa.
A vida não vive e o céu não existe.
As crianças nascem semi mortas,
a cidade cheira a cemitério.
Resta a todos um sono sem sonho,
um velório de mortos vivos.
O mundo é um grande deserto.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

DEPOIS DO FIM

 

Quando meu tempo for nunca

e meu nome esquecimento

saberei a paz das pedras

e o quase não ser do vento.


Todos os meus atos e sentimentos

serão nada

e minha vida uma pagina virada

na existência dos meus sobreviventes.


Tudo simples,

banal e normalidade

quanto a queda de uma folha

em uma tarde outono.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

MEU EU NÃO NASCIDO

Meu eu não nascido me aguarda desde sempre no dia incerto  da minha morte.
Ele me aguarda em silêncio em sua inexistência como uma pequena e invisivel pedra que anula tudo que é manifesto, tudo que fui e será nos outros, na puada sem graça de toda existencia.


CONDENADOS

Estamos condenados a morrer sem saber nada sobre a vida. 
Pois existimos em sociedades destinadas a producao social da morte em vida.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

QUAL O GOSTO DA MORTE?

Afinal,
Que gosto tem a morte?
É algo que quase se sabe
No ultimo instante da consciência
Que desaparece pra sempre.

O gosto da morte ,
sua antecipação,
é a mais radical experiência 
que a vida oferece.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

A MORTE COMO UTOPIA REAL

Como não ver na morte um grande alivio existenial?
É impossivel não toma-la atualmente como a resposta mais eficaz ao tormento da vida  e ao absurdo do mundo.
Quem ainda seria suficientemente idiota para não ver na coparticipação na grande comedia da especie humana  o mais horrivel dos fardos?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

QUEDA NIILISTA

Tropecei no não sei,
Cai no não ser,
E mergulhei no abismo
De nada querer.
Provei, assim,
O desvalor das coisas,
O horror do mundo e descobri o absurdo
De ter um dia nascido.
Desde então,
Sigo embriagado
Pela liberdade do niilismo.