quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A MORTE NOSSA DE CADA DIA

Todos os dias
Acordo
Com um gosto de morte
Entre os dentes.
Sei que em cada manhã
Sou um pouco menos
Do que fui ontem,
Que me desfaço no tempo
Sem sentir o passar trágico
De todas as coisas
Que me definem a existência
Nesta grande piada
Que chamam de vida.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

MANHÃ MORTA

O  dia não acordou
Com o sol,
Moribundo  caiu do tempo
Através de uma manhã cinzenta
Onde as paisagens
Choravam a existência
E todos dormiam
Como mortos.

domingo, 1 de dezembro de 2013

OBITUÁRIO



Não havia muito
O que fazer ou esperar.
Restava-nos apenas aguardar
A trágica confirmação
Do fim do tempo de alguém,
Do vazio aberto naquela manhã
No coração de todos nós
Através do silêncio dele...
O dia tornou-se irreal
Na embriaguez do luto
E na reafirmação do ridículo
Da condição humana.