quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

DEPOIS DA MINHA MORTE

O mundo permanecerá o mesmo depois da minha morte, seguirá em seus acasos como se eu nunca houvesse existido.

Não comemorarão a dada dos meus anos,
Não se lembrarão de minhas alegrias, dores ou dilemas cotidianos.

Apenas será como se eu nunca houvesse existido... 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CONSCIÊNCIA ERRANTE

Debilitada entre o sono
E a insônia,
A consciência reinventa-se
Na errância
De pensamentos moles.
A imaginação
Vence a razão
Criando atalhos
Entre viver e morrer.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

PRINCÍPIO MÓRBIDO DA INCERTEZA

Ás vezes a vida me parece uma coisa incerta. Algo Incrivelmente absurdo, cuja realidade é assustadoramente duvidosa, por mais que o fato da minha consciência diga exatamente o oposto.

As vezes acho que a vida simplesmente não existe e que a morte é o desfazer-se de uma convincente ilusão...

FALSA NOSTALGIA

Quantas saudades acumuladas
No irracional da memória,
Quantas vozes e rostos
Perdidos de mim,
Quantas lembranças...
A vida desfeita nestas ausências
Diz quem eu sou. 
Mas meu peito apertado
Quer fugir de tanto passado,
Quer respirar futuros.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

MALOGRO



Já não havia
Em meus lábios
Nada mais a ser dito.
Esgotavam-se em mim
Todas as esperanças,
Sentimentos e vontades
De seguir em frente.
Afinal, que importa
Avançar no caminho
Quando adiante apenas existe
O mesmo de ontem
E o vazio de sempre?
Não me peçam explicações
Ou motivos.
Apenas me deixem
Cair vencido

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

ENTRE OS MORTOS

Carrego na memória
Mais mortos do que vivos.
Como se a vida
Fosse um dia ter
Estado entre os outros
Dentro de um sonho
Irremediavelmente perdido.
Qual será meu lugar
Entre meus tantos
Falecidos?
Quando será minha hora
De conhecer-me

Na memória dos vivos?

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

MEMÓRIA DOS MORTOS

A lembrança de nossos entes queridos já falecidos é  um vazio que jamais se fecha em nossa memória. É como se dentro da gente as pessoas que amamos ganhassem  uma segunda existência como lembrança, como referência de nossa identidade e significação das coisas vividas. A verdade é que nunca ultrapassamos nossos mortos...

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A FINITUDE COMO PRINCÍPIO

Caso pudesse saber quantos dias me restam de vida, poderia então planejar minha existência em função de um ponto final, inventar um destino orientado para qualquer lógica de inicio, meio e fim, em lugar de seguir ao sabor da sucessão de dias e anos na ilusão de que sempre viverei algum futuro.
Atualmente, morrer não faz parte dos cálculos pragmáticos de nosso simples cotidiano.
Vivemos em uma sociedade  baseada na afirmação unilateral da vida como princípio, onde cabe a morte a condição de apenas uma sombra que ignoramos...

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

VIDAS VAZIAS

Vidas que já não vivem,
Que habitam o mundo
Em rala existência...
Que apenas persistem
Na  banalidade da simples
Presença.
Vidas que já não vivem...
Não são poucas. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

INFANCIA E EVASÃO

O encanto do canto das cigarras ao por do sol ecoa na memória como melancólica visita a infâncias. Nostalgia de um mundo cuja simplicidade das coisas, a consciência simples da própria condição humana, acorda uma desesperada vontade de evasão.
É como se toda a realidade já não fizesse qualquer sentido, como se a vida não vivesse mais...  

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

MORTE E FINITUDE

Nenhuma ilusão metafísica de vida após a morte me parece mais rica do que  a simples consciência da perenidade e finitude  como essência da própria existência.... Costumamos dar a vida mais importância do que ela realmente tem no jogo cego e sem propósitos da natureza.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

MORTE VIRTUAL

É estranho perceber
O quanto, 

Às vezes,
Nossos corpos perecem
Porque 

Simplesmente
Estamos tristes...


O quanto somos vitimas
De nossos condicionamentos
Cerebrais...


A CONDIÇÃO SOCIAL DOS MORTOS VIRTUAIS

Os mortos são aqueles que foram apagados pelo seu próprio silêncio em virtual presença entre as coisas.  Tomando como referência tal definição, a morte não é apenas o fim da vida, mas também uma condição social daqueles indivíduos que se apartam dos outros em seu mais intimo sentimento de subjetividade e intimidade de caos.
Morrer é um fenômeno complexo que transcende de muitas maneiras o mero comprometimento físico....