sexta-feira, 27 de setembro de 2019

CORPO E LUTO




O corpo prostrado e  prostinado
Abriga a perda do outro.

Tudo turva.
Há silêncio,
Dor e memória.
O corpo vivo que chora
Participa do corpo inerte
Na onipresença  da finitude.

Afinal, a morte é o absurdo desvelado,
Indomesticável,
Que alucina e apavora.

Não há realidade além do corpo
Quando a vida traduz a morte
E os dias desabam.

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