quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

EM DEFESA DA EUTANÁSIA


A eutanásia é uma escolha que abrevia o sofrimento pessoal em casos clínicos terminais onde a morte é o desdobramento inevitável de uma situação limite. Mas vale esclarecer que a eutanásia é um procedimento diferente de  um suicídio assistido, pois cabe ao enfermo executar o ato com os meios que lhe foram postos a disposição. Trata-se, portanto, de uma decisão pessoal e privada.  Mesmo assim socialmente ela é considerada um tabu e condenada pelo código de ética medico em  alguns países ocidentais. Nossas culturas tendem a mitificar a vida e transforma-la em um valor absoluto mesmo diante das condições mais desumanas e negando ao individuo o direito de dispor de sua própria existência. 

No ocidente ainda há muita resistência em compreender o morrer como um processo pessoal antes de configurar-se como  um acontecimento social. Buscamos  coletivamente domesticar a morte, afirmar a vida, sem levar em consideração a experiência de quem já perdeu qualquer vinculo com a vida por conta de um quadro clinico que lhe impôs condições degradantes de existência.

Afinal, até onde vale a pena viver? Cada um deve responder por si mesmo a essa pergunta.


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