quarta-feira, 31 de julho de 2024

TODO MUNDO MORRE

Um dia morreremos todos.
Não importa se por doença,
guerra, acidente,
 fome, descrença,
tristeza, amor, ódio 
 ou esperança.

Morrer é natural ao corpo
e somos apenas corpo.

Tudo termina um dia 
sem ponto final
no absoluto silêncio do nada.

Morrer é, antes de tudo, necessário.
Não importam nossos delírios de eternidade.

TODO DIA

Todo dia um passado se perde
em esquecimento 
e um possível futuro
morre em meus atos
na variação de um segundo.

Todo dia a mesma coisa
enquanto tudo acaba
sempre de novo
fazendo de mim 
sempre um outro.

Todo dia até que a vida
desapareça na noite.





SOBRE O TEMPO QUE PASSA

Não importa quantos anos,
outonos ou dias,
 ainda me restam de vida. 

O tempo sempre falta a existência,
 pois é incessante mudança,
 incerteza inebriante,
que nos sufoca e afoga 
em urgências.


Tudo passa,
Tudo é nada
no tempo que nos embriaga e ultrapassa
entre o  devir e esquecimento.


domingo, 28 de julho de 2024

A POSTERIDADE

Não viverei para ver
o fim do mundo
e, talvez, contemplar o cadáver
de nossa humanidade.

Não verei cair a civilização,
toda estrutura de poder
e maldito culto a razão.

Estarei morto
antes que seja,
finalmente,
tarde demais
para tudo e todos,
antes do último por do Sol.
Mas espero ser lembrado 
no grande ato final.


 

sábado, 27 de julho de 2024

EXTINÇÃO

Em um amanhã qualquer 
há de cair
sobre a humanidade
o definitivo silêncio 
da eternidade.

Chegará,finalmente,
o grande dia da
nossa extinção.

Tudo será, a partir de então ,
neste planeta,
apenas paz, natureza
e desrazão
na nova era do inumano
em um mundo sem deuses
e amos.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

NA CONTRAMÃO DA EXISTÊNCIA


 Não sou este rosto,
 este corpo,
 esta casa, 
este emprego e, muito menos, 
as identidades e memórias 
nas quais me reconheço.
Não sou uma biografia
que o tempo devora
e o mundo ignora.

 Talvez eu seja,
  na contramão da existência,
 minha própria ausência.
Pois, minha presença,
definitivamente ,
não me representa
nem me sustenta
diante do absurdo,
do inverossímil,
de toda realidade possível.






FATALISMO

Tenho esperado o inevitável,
 nosso destino,
 a grande fatalidade. 

Tenho aguardado o desastre 
ao qual, desde sempre, 
estamos todos predestinados.

Tenho esperado a última hora do relógio.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

TUDO É NADA

Cada momento é nada. 
Não importa a importância por nós atribuída ao acontecimento 
que ele abriga. 

 Tudo morre, 
Tudo passa,
 acaba em esquecimento. 

 O futuro é nada. 
 Mas atenha-se a irrelevância d
estas palavras.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

O TEMPO E A VIDA

A rotina e o cotidiano são a negação da vida. A vida é o que está sempre ausente, é o que nos mata e o que nos falta contra o tempo que nos come a fome.

Não quero ser ninguém ou saber alguém. Quero investigar o paradoxo dos não nascidos e me render a indiferença dos esquecidos...

A vida, definitivamente, é algo entre nós ausente. Sabemos apenas o tempo que a nega.
Mas como poderíamos fugir ao tempo, visto que somos efêmeros?

Apenas os deuses são eternos, e eles não existem.
.

SOBRE A FALÁCIA DA ETERNIDADE

Sou alguém que persiste
contra a própria morte 
e resiste a própria sorte.

Sou o nada que me define o corpo,
a matéria e a vida,
contra toda ilusão de eternidade
que me embriaga o pensamento.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

O TEMPO, A VIDA E A MORTE

Lá fora
todos estão presos ao dinheiro e ao trabalho.
O tempo é ditado por relógios e calendários
enquanto a vida passa.

Aqui dentro há apenas 
dias, noites & preguiça.
Ninguém sabe nada
sobre obrigações e horários.
O tempo é expressão de liberdade
enquanto a vida passa.

Mas, seja aqui dentro,
seja lá fora,
tudo muda
e  o tempo mata
sem a menor  piedade
enquanto a vida passa.




segunda-feira, 15 de julho de 2024

O NONSENSE COMO UTOPIA


Quem conhece o limite e o extremo
que transgride a realidade?
Quem sabe onde não existe mais tempo,
Onde reina o impossível contra toda a lógica e  bom senso?

Quem sabe onde nada pode ser dito,
onde não há sujeito, objeto
infinito ou ciência?
Quem sabe o impossível que ultrapassa o pensamento, a vida e a morte?

Não importa a resposta. 
O nonsense é sempre aqui e agora.