quarta-feira, 22 de agosto de 2012

UM FRAGMENTO DE JORGE LUIS BORGES

“Já somos o esquecimento que seremos, a poeira elementar que nos ignora, que não foi Adão e que é agora todos os homens. Somos apenas duas datas: a do princípio e a do término. Não sou o insensato que se aferra ao mágico som de seu próprio nome. Penso com esperança naquele homem que não saberá o que fui sobre a terra. Abaixo do indiferente azul do céu, esta meditação é um consolo.”
Jorge Luis Borges

terça-feira, 21 de agosto de 2012

NOITE, DIA E MORTE

Todos os vazios
Abertos
Em minha vida
Desenham minha existência,
Escrevem a minha morte
A cada dia...

Todos os silêncios...
Todos os meus silêncios...
Me definem
Mais profundamente
Que os atos.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

BREVES OBSERVAÇÕES SOBRE O SOFRIMENTO HUMANO

Muitas vezes falamos em sofrimento sem compreender o significado desta palavra... Diante disso é útil a seguinte observação: sofrimento é uma sensação desagradável causada por qualquer coisa que constele gere uma “tensão” ou “desgaste” em nosso cérebro e sistema nervoso. Logo, sofrimento é a  sensação consequênte da exposição a tudo  aquilo que nos desagrada,  podendo ser provocado por uma diversidade quase infinita de situações e coisas.
Erroneamente o senso comum costuma associar sofrimento a um “estado de espirito”, o que remete a ideia de sofrimento como uma modalidade de “má consciência”. Neste sentido, o sofrimento pode ser também um simples fenômeno psicológico condicionado em grande medida a introjeção de certas convenções e situações culturais, tornando-se um sinônimo de frustração. O fim de um relacionamento ou a perda de um emprego só conduzem a algum sofrimento por que projetamos  emoções nestas experiências de acordo com a forma a que somos coletivamente condicionados a fazer. Aqui, é o significado que projetamos nos fatos a origem do sofrimento. Situação bem diferente daquele sofrimento provocado por um tiro ou uma facada.

NOTA SOBRE FINITUDE

A redescoberta da finitude  como a mais elementar premissa da condição humana é hoje em dia um dos maiores desafios  enfrentados pela cultura contemporânea.
Bobagens sobre reencarnação ou qualquer outras idiotice sobre vida pós morte não deve obscurecer a concretude e fatalidade de nossa mortalidade. Afinal, é a nossa condição de mortais que nos diferencia  dos deuses e  torna nosso destino único e pessoal.
Somos seres finitos e nada vai mudar isso....

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

BREVE NOTA SOBRE A INSIGNIFICÂNCIA DA VIDA


O mundo inteiro acontece enquanto agora me calo aqui dentro buscando apenas um rumo de tempo, espaço e fantasia.
A vida toda cabe agora aqui dentro me adivinhando no lugar algum de minha simples  biografia... Como se a existência  humana significasse qualquer coisa além do momento de agora...
Tento me esquivar desta tola ilusão...
A VIDA NADA SIGNIFICA NO LABIRINTO VAZIO DAS SIGNIFICAÇÕES HUMANAS...

PÉROLAS DE ANTI AUTO AJUDA PARA QUEM ODEIA AUTO AJUDA

Se você acha que uma coisa não vai dar certo, é porque provavelmente não vai dar certo mesmo. Principalmente porque tudo te leva a nada.
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As respostas para os seus problemas na maior parte  dos casos só tem um nome: o seu!
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Não espere soluções para o que não tem soluções.
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A felicidade é o ópio dos tolos.
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Nada que você faça vai mudar sua vida...
A menos que você deixe de ser você mesmo.
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Você se acha especial ou quer ser especial? Então desista de tudo enquanto é tempo.
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Você quer respostas certas as perguntas erradas...
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Pense sempre positivo. Você pode morrer amanhã e não ter que se preocupar com mais nada...


A MORTE DA MORTE

Caso algum dia o desenvolvimento técnico cientifico nos permitir a façanha de fazer morrer a morte, definitivamente, a eternidade nos conduziria a mais radical das loucuras. Fatalmente, tentaríamos nos destruir mutuamente pelos simples de estarmos  vivos, de nos acumularmos incessantemente em um mundo que deixaria de ser suportável e até mesmo possível...

terça-feira, 14 de agosto de 2012

MORTE E ANTI HUMANISMO


Não importa a cota de felicidade potencialmente possível a realização de qualquer biografia. Tristes são todos os destinos, todas as mortes...
Quando se trata do fim da vida não existem finais felizes. Apenas o definitivo absurdo de silêncios e reticências.
A morte, afinal, nos rouba toda a humanidade...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A FABULOSA SINDROME DE CADAVER


Uma das mais curiosas e sombrias doenças  que  um ser humano pode ter é a chamada síndrome de  Cotard ou, simplesmente, “síndrome de cadáver” ambulante.
Ela foi descoberta  no já muito distante ano de 1880 pelo neurologista Jules Cotard, mas apenas em 1893 ela adquiriu a alcunha pela qual a conhecemos. Apesar dos casos já registrados desde então este curioso distúrbio neurológico não consta nos sistemas internacionais de doenças e pouco conhecemos sobre suas causas.
De um modo geral, trata-se de uma doença em que o paciente simplesmente acredita que está morto ou que está em estado de decomposição. Nos casos mais graves ele até mesmo nega a existência do mundo e das pessoas. Mas de um modo geral esta síndrome ( que poderíamos também caracterizar como um tipo de psicose)  caracteriza-se  de modo geral como uma variação de transtorno de humor unipolar.
Caso o leitor tenha tendências melancólicas é pertinente observar que a expressão “morto por dentro” não chega nem perto da realidade de tal fantasia....
O que realmente  importa é viver as coisas intensamente, mesmo que você seja um morto vivo....

terça-feira, 7 de agosto de 2012

MORTE E CONHECIMENTO


Durante toda a minha inútil  vida busquei  o entendimento das coisas.
Hoje questiono que importância tem todo entendimento perante o irracional silêncio da morte....
Através dele, nada mais pode ser dito diante de um mundo que continuamente continuará dizendo qualquer coisa que transcenderá a real  importância de qualquer coisa que possa eu dizer nesse momento...

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

EM DEFESA DA EUTANASIA

Na sociedade em que vivemos a irracionalidade da defesa da vida como principio é capaz de chegar ao ponto de tomar partido da vida até mesmo nos casos em que simplesmente já não há mais vida...
 Esta é, ao meu ver, a questão colocada pela discussão em torno da eutanásia , ou a livre opção do individuo escolher abreviar sua existência diante de uma  doença crônica em fase terminal.
Afinal, em nome de valores estúpidos e vazios pode a sociedade impor a agonia a alguém cuja única expectativa é o próprio fim?
Penso que a liberdade individual e a autodeterminação do individuo estão acima de qualquer distanásia, ou prerrogativa idiota de sociedade.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ghosts of War - 9/11 - Slayer

Slayer - War Zone (Unofficial Music Video Homage)

Black Label Society - Final Solution

Cannibal Corpse - Stripped, Raped and Strangled (lyrics)

Obituary - Cause of Death

CRÔNICA DE UMA MORTE QUALQUER

A terra se faz
leve
E o ar afoga
Quando nos surpreende
O ultimo dos sonos.

O corpo descobre
Em inercias
O universal cansaço
E nada mais tem importância...
Nada mais existe
E todas as coisas
Se desfazem para sempre
Dentro da gente...


 

NOTA SOBRE MORTE E CULTURA

Colocada no horizonte da reflexão contemporânea como fenômeno limite da condição humana, o conceito de morte contribui decisivamente para instruir a leitura hoje corrente de nosso sentimento de realidade como uma ficção simbólica, como uma construção social.
Pode-se dizer que o conceito de morte eleva a perenidade à condição de qualidade elementar de nossos atos e fatos vividos ou, simplesmente, de tudo aquilo que somos e realizamos. Desta forma, o próprio real é colocado em xeque, na medida em que é reduzido pelo espanto da mortalidade a um metafórico deserto de possibilidades previsíveis e inúteis inerentes as codificações da consciência e do próprio agir humano.
Importante observar neste ponto que todo complexo sociocultural pressupõem em suas formatações uma recusa ou domesticação da morte através de ritos societários ou de uma positivação da vida como  premissa da própria cultura.
Assim, de um modo geral, o pensar à morte é geralmente relegado à marginalidade ou ao domínio das representações metafisicas religiosas, pouca ou nenhuma atenção recebendo do pensamento critico até o momento.