quarta-feira, 1 de agosto de 2012

NOTA SOBRE MORTE E CULTURA

Colocada no horizonte da reflexão contemporânea como fenômeno limite da condição humana, o conceito de morte contribui decisivamente para instruir a leitura hoje corrente de nosso sentimento de realidade como uma ficção simbólica, como uma construção social.
Pode-se dizer que o conceito de morte eleva a perenidade à condição de qualidade elementar de nossos atos e fatos vividos ou, simplesmente, de tudo aquilo que somos e realizamos. Desta forma, o próprio real é colocado em xeque, na medida em que é reduzido pelo espanto da mortalidade a um metafórico deserto de possibilidades previsíveis e inúteis inerentes as codificações da consciência e do próprio agir humano.
Importante observar neste ponto que todo complexo sociocultural pressupõem em suas formatações uma recusa ou domesticação da morte através de ritos societários ou de uma positivação da vida como  premissa da própria cultura.
Assim, de um modo geral, o pensar à morte é geralmente relegado à marginalidade ou ao domínio das representações metafisicas religiosas, pouca ou nenhuma atenção recebendo do pensamento critico até o momento.   

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