A vida é tão frágil e débil
que só com muito custo consigo lhe
atribuir um valor.
É muito precário e limitado tudo
aquilo que podemos viver e realizar ao longo de algumas décadas de existência.
Também não acho que a espécie humana realize grande coisa ao longo do devir dos
séculos. A civilização deixa muito a
desejar...
Mas aqui me preocupo
exclusivamente com minha condição de singularidade, de experiência particular e
efêmera da experiência humana. Como
indivíduo, penso na assustadora quantidade de seres humanos que existiram antes
de mim, que existirão depois de mim. Me sinto apenas uma gota em um grande oceano. Ou muito menos que isso.
Não me satisfaz o destino da
espécie e muito menos a fatalidade do meu destino e seu irremediável anonimato.
Apenas registro o quanto tudo isso me parece irracional e absurdo.
A morte é maior do que qualquer
racionalidade possível no ilegível da
vida que provisoriamente nos acontece.
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