segunda-feira, 4 de abril de 2016

O VAZIO DA EXISTÊNCIA SEGUNDO SCHOPENHAUER

Este breve fragmento de O Vazio da Existência de Schopenhauer resume a irrelevância da busca da felicidade como meta da existência. Nenhum prazer é permanente, nenhuma obra humana dura o suficiente, nem somos nós mesmos mais do que frágeis e irrelevantes instantes aleatórios.
A inutilidade da vida é o que nos anima a pensar, a construir discursos sobre o perpetuo desaparecimento que define a experiência humana:

Num mundo como este, onde nada é estável e nada perdura, mas é arremessado em um incansável turbilhão de mudanças, onde tudo se apressa, voa, e mantém-se em equilíbrio avançando e movendo-se continuamente, como um acrobata em uma corda – em tal mundo, a felicidade é inconcebível. Como poderia haver onde, como Platão diz, tornar-se continuamente e nunca ser é a única forma de existência? Primeiramente, nenhum homem é feliz; luta sua vida toda em busca de uma felicidade imaginária, a qual raramente alcança, e, quando alcança, é apenas para sua desilusão; e, via de regra, no fim, é um náufrago, chegando ao porto com mastros e velas faltando. Então dá no mesmo se foi feliz ou infeliz, pois sua vida nunca foi mais que um presente sempre passageiro, que agora já acabou.”




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