É atribuída a Empédocles, filosofo pré
Socrático que ainda escrevia em versos e que estabeleceu a teoria dos quatro
elementos, a máxima segundo a qual, “Do não existente nada pode nascer e nada
pode desaparecer no nada absoluto”. Tamanha era sua afirmação da vida e
desconsideração da morte que, segundo a lenda, teria morrido atirando-se no
vulcão Etna na expectativa de ser venerado pelos seus concidadãos.
Esta obsessão pela vida, esta vontade
de existência, que chega ao extremo de recusar a própria ideia de morte, parece
ser um traço comum a todas as culturas humanas. O “narcisismo ontológico”, ou a vaidade de
existir, é de fato um dos grandes condicionantes de nossa autoconsciência tão
avida por transcendência.
Mas o processo vital, em sua dimensão
biológica, é descontínuo e provisório. Não sobrevivemos a nós mesmos porque
existimos para morrer.
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