quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

OS FARRAPOS DO PASSADO


Inventariamos os farrapos dos fatos passados.
Neles, o insólito e o efêmero emergem como irmãos siameses.
Evitam sentidos e reconstruções.
Não qualificam qualquer ontem,
Não permitem interpretações.
Não passam de testemunhas mudas
Daquilo que não é mais,
Que não se faz presente,
Nem mesmo como lembrança.
Não há neles qualquer vestígio,
Qualquer forma de virtual sobrevivência.
Os farrapos dos fatos tem cheiro de morte.

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