O nada devora a vida antes que ela se faça inteiramente visível ao pensar.
Por isso
a fala não distingue mais
a vida do nada.
Não há diferença.
Pois tudo passa rápido demais.
Os anos passam rápido demais.
Tudo acaba sem deixar marcas ou
vínculos.
Não temos razão ou tempo para saudades,
melancolias e lutos.
É sempre rápido demais,
tarde demais.
Nunca há momento.
O nada se alimenta da vida,
sem alarde e em silêncio,
em uma poça de eternidade.
Isso não é mais segredo.
Só é rápido demais.