sexta-feira, 14 de julho de 2023

SOBRE NOSSA PUERIL IRRELEVÂNCIA ONTOLÓGICA



Morrer não significa apenas deixar de existir, desaparecer para sempre. Morrer é acima de tudo ser superado pela vida,  desfazer-se em irrelevância, insignificância.
A certeza da morte nos faz pensar o quanto é pueril, do ponto de vista da natureza e do corpo, toda  fenomenologia de um ego ou de uma consciência diferenciada, singularizada, articulada pela memória de um fluxo de experiências, por um estável padrão de percepção e sensibilidades.
 Ser alguém é algo no fundo insólito e completamente absurdo. Mas naturalizados as sutis contradições que caracterizam o exercício ininterrupto, mas finito,  de uma vida consciente  de si e da sua precariedade. Levamos demasiadamente a sério nossa condição de viventes.


Nenhum comentário:

Postar um comentário