domingo, 12 de maio de 2024

A MORTE COMO UM ANOITECER PROFUNDO

Nem todas as mortes
decoram ou brilham nos obituarios.
A maioria delas é  discreta,
 e triste,
no silêncio dos cemitérios.

Não cabem nos noticiários,
nem dão dinheiro a carpideiras.

Algumas mortes são só um morrer,
natural e necessário.
Ignoram os vivos,
sua dor, seus gritos e ritos.

São mortes que decoram a memória 
como um eterno e profundo anoitecer,
escrevendo na gente um imenso buraco
que alguns chamam sarcasticamente de eternidade.

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