Sócrates preferiu a morte do que
pautar sua vida pelas leis da polis ateniense, pelo menos é o que nos garante
seu discípulo Platão, dando ao tema uma interpretação metafisica. Mas muitos de
nós fica mais a vontade com Epícuro e seu hedonismo. Para este a morte é quase
uma banalidade diante dos prazeres da vida. A ilusão de morrer em nome de
qualquer coisa que seja apostando em algum ideal abstrato de eternidade, não
faria na filosofia deste ultimo o mínimo cabimento.
Não se trata aqui de uma critica
ao suicídio. Longe disso. Não é condenável morrer pela falta de sentido da
existência. Morrer em nome de algum objetivo nobre, ao contrario, parece-me patético,
um contrassenso. Afinal, não deveria a vida estar acima de qualquer principio ou
valor para os partidários de teleologias? Talvez a convicção de uma suposta
eternidade ou outra vida onde, caso fossem virtuosos, seriam dignos de glorias
e conquistas, alimente a tola ilusão do auto sacrifício altruísta. Isso, evidentemente,
não o torna menos ridículos como todos os heróis e mártires de grandes causas
vazias.
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