A vivência de
uma doença grave nos proporciona uma percepção mais realista de nossa
fragilidade e limitação física nas paisagens do mundo. O ser humano é uma
criatura precária. Apesar de sua
singular capacidade de transformar a natureza, adaptando o meio a si mesmo, não
é capaz de se transformar. Nem mesmo percebe suas estranhezas e bizarrices de tão
orgulhoso das realizações de sua preciosa cultura.
Mas a doença,
que o progresso da medicina nos ajuda cada vez mais a suportar, coloca a todos
diante da finitude. Este marco absoluto da nadificação do ser humano. Não
importa o quanto as fantasias religiosas nos enganem em relação a morte, cada
um de nós antecipa através da morte individual a futura e aparentemente remota
extinção da espécie.
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