sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

DOENÇA E FINITUDE





A vivência de uma doença grave nos proporciona uma percepção mais realista de nossa fragilidade e limitação física nas paisagens do mundo. O ser humano é uma criatura  precária. Apesar de sua singular capacidade de transformar a natureza, adaptando o meio a si mesmo, não é capaz de se transformar. Nem mesmo percebe suas estranhezas e bizarrices de tão orgulhoso das realizações de sua preciosa cultura.

Mas a doença, que o progresso da medicina nos ajuda cada vez mais a suportar, coloca a todos diante da finitude. Este marco absoluto da nadificação do ser humano. Não importa o quanto as fantasias religiosas nos enganem em relação a morte, cada um de nós antecipa através da morte individual a futura e aparentemente remota extinção da espécie.


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