quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

DIAGNÓSTICO

Fazia de conta que tudo estava bem,
Que sempre era possível olhar para frente.
Até o dia em que não havia mais futuro
Porque  o presente ficou por um fio.
Todas as suas certezas sucumbiram frente a realidade.
Um simples diagnostico...
Aquela mudança de hábitos...
E tudo se fez perplexidade.


segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A ÚLTIMA VEZ

Um dia será finalmente a ultima vez.

Não haverá  alarde ou qualquer cerimônia.

Apenas será a ultima vez.

 Não pense nisso como um acontecimento.

Será apenas a última vez

e você se quer irá perceber isso.



sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

A SOBREVIVÊNCIA COMO META

O objetivo da vida nunca foi a felicidade, mas continuar sobrevivendo o máximo de dias possíveis.  Apenar de todo avanço tecnológicos, de todos os complexos arranjos de sociedade, esse ainda é um desafio  difícil. Nunca temos a garantia da sobrevivência. Apenas nos iludimos com a rotina e ingenuamente achamos que a sorte esta do nosso lado... Mas em algum momento, seja amanhã ou depois, nos daremos conta do contrário.

JOGO PERDIDO

Desde já sei que não tenho a mínima chance.
Tudo vai acabar antes do fim.
Assim é a vida.
O ponto final nunca chega.
Apenas acaba a linha.
Não importa o que você faça,
O fim será sempre o fim
E o resto simples e liquido esquecimento.


NUNCA ESPERE NADA DO MUNDO

Nunca espere nada do mundo.
Você nem mesmo existe para ele.
É como uma pálida imagem na multidão.
Depois de alguns anos nem isso.
O mundo sempre continua.
Você não...




EXISTÊNCIA E PERENIDADE

Tenho esperanças fúteis e gratuitas que me sustentam a diretriz de sempre esperar um dia seguinte, uma próxima vez ou uma segunda chance. Mesmo sabendo do inacabamento ontológico que um dia definirá minha existência. O sentimento de finitude contamina todos os atos de vida.


Mas o que mais importa é o empenho em ser inteiramente tudo aquilo que posso no teatro dos dias e do tempo.  Existir é a materialização continua do possível. Mas pouco me interessa os eternos dilemas da vida coletiva. Meu horizonte existencial é minha  mínima e perene existência, o desafio de me reconhecer em meu  próprio rosto antes que ele desapareça definitivamente da paisagem humana. 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

ULTIMAS CONSEQUÊNCIAS

O mais intenso dos meus medos é não viver o suficiente para dizer o inacabamento de toda a minha existência.

O silencio da morte é aquela ideia ameaçadora de no fim simplesmente se deixar de dizer o essencial, de não perceber a tempo o que mais importava.

Morrer só me parece injusto, do ponto de vista da consciência, quando não levamos a vida as nossas ultimas consequências.




AS POSSIBILIDADES DA VELHICE

Em relação a mítica da juventude, a velhice é um não lugar da existência. Associada a decadência física, a doença e a morte, o velho é o inativo,  aquele que perpetuando um passado para sempre perdido, é sujeito do esquecimento. A velhice é vista como uma fatalidade carregada de desvalor  em um mundo que exalta a produtividade e a alegria.

De um ponto de vista pessoal e subjetivo, entretanto, a velhice é uma condição privilegiada para o exercício de si mesmo. Pois é quando o individuo escapa a normatização da existência  e ao padrão de bio eficiência ao qual estamos socialmente condicionados.


O velho é aquele que, justamente por seus limites, pode se reinventar , estabelecer seus próprios modos de existência em função de um voltar-se inteiramente para si mesmo, sabendo a finitude como um devir.  Precisamos aprender a pensar a velhice como um modo de existência onde desenhamos estratégias de liberdade e subjetividade.  

INDIFERENÇA

Não me preocupa o destino do mundo,
Esta tragédia coletiva
Rotulada de Humanidade.
Não viverei para ver o futuro.
Nem mesmo hei de deixar saudades.
Sou um espectador do nada,

Um rosto que não cabe em retratos.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

AFORISMO SOBRE A MORTE, O EU E OS OUTROS

A morte é tão pessoal quanto a vida. Morremos sozinhos porque vivemos sozinhos. A única diferença é que a vida é a busca de si através dos outros. Já a morte, é o silencio de si através dos outros. A solidão define ambos os casos. Apesar dos outros. 




DOR E LUTO


A morte ensina o quanto, para nós mesmos, a vida dos outros pode ser mais importante do que a nossa,
O quanto a perda ensina o amor mais sublime.

A insignificância que sentimos através de um silêncio que se afirma como definitiva saudade, acorda um querer que alucina. É uma catástrofe pessoal da qual nem todos se recuperam.


terça-feira, 9 de janeiro de 2018

NÃO LEVE A VIDA MUITO A SÉRIO

Levar a vida demasiadamente a sério é fazer de conta que a morte é uma grande piada. Mas a consciência da finitude nos leva a certa humildade diante do tempo. Deixamos de venerar as realizações humanas. Uma vida plena é essencialmente lúdica e pede um pouco de música. Infelizmente, a consciência da finitude é uma consequência do envelhecimento. 

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

SEM GARANTIAS....

A vida não segue um roteiro definido pela vontade de quem vive. Tudo é assustadoramente aleatório e incerto, por mais que pareça inevitável o fato de que um dia seguirá a outro dentro de alguma rotina.


Mas de uma hora para outra podemos tropeçar em qualquer pequeno ou grande desastre desconstrutor de expectativas. Muita coisa sempre pode acontecer.... Não há garantias em relação a nada.

NULIDADE

A revolta ou a indiferença,
Todas as possibilidades de nossa existência,
São igualmente irrelevantes.

Não importa o que você pensa.
Outros pensarão o mesmo em seu lugar.
O pensar de um não faz diferença.
Segue diluído na imaginação coletiva
Reduzido a fluxos de informações.

Dentro de alguns anos
Ninguém lembrará do seu rosto
Ou saberá o timbre da sua voz.

Ninguém é realmente importante.


terça-feira, 2 de janeiro de 2018

CASA VAZIA



A casa vazia,
Embrulhada em silêncios,
Ignora minhas lembranças.

Não é mais a mesma.
Despida de seus habitantes
Não passa de uma casca.

Se quer existe no tempo
Ocupando espaço.
Não diz o presente,
Não possui endereço...

Se quer parece uma casa

De tão abandonada.

MORRER EM VIDA

" O materialismo conduz à serenidade.A morte supõe a abolição do arranjo do que nos possibilita fruir ou sofrer. Portanto,  nada a temer da morte. É antes que ela produz seus efeitos: nos aterrorizando com a ideia do que nos espera. Mas não presentifiquemos a negatividade. A sua hora já será o bastante. O essencial consiste em não morrer em vida, logo em morrer vivo- o que não é o caso de certo número de pessoas mortas há muito tempo por nunca terem aprendido a viver, logo por nunca terem vivido de verdade."
Michel Onfray in A Potência de Existir

A maior tragédia da existência é não viver, mas apenas reproduzir a vida mecanicamente como fato biológico.

O mundo é um grande cemitério de seres vivos. Não somos educados para viver, para levar as últimas consequências o acontecer de nós mesmos como devir. Para a maioria das pessoas viver é algo que vemos apenas nos arquétipos dos filmes. Uma vida autêntica é como um sonho distante , um ideal perdido, diante do vazio do simples cotidiano.