Tornar algo
elevado, digno do rotulo de sublime, é sucumbir às artimanhas da própria
imaginação. Pois desde Kant sabemos que o sublime não se confunde com a
experiência estética do belo, mas com a grandiosidade de algo que nos provoca
espanto, que põe em xeque nosso próprio sentimento de ser e compreender.
Algo é sublime na medida em que nos
transcende, que se apresenta como ameaçadoramente grandioso, perturbador. Há um
gosto de caos em tudo que é sublime. Mas ele é algo que nos habita e não o
atributo de qualquer objeto. O sublime é a experiência de nossa fragilidade, de
nossos limites e insignificância. Desta forma, nada é mais sublime do que a experiência
da morte.
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