O tema do presente monólogo é a vida que já não é mais e contamina todo dizer possível do momento de agora como um pós existir. O eu que narra é a sobra de uma vida comum desfeita pela morte dos protagonistas. Ele é o sobrevivente entregue a sua pós vida antes que a morte consuma a história de sua existência. Mas ele já não existe. Vive para preservar a memória dos que se foram, dos tempos em que os outros estavam vivos. Pois a história da sua existência, não lhe pertence. Ele agora é o velho de sua própria infância. Em sua solidão na há futuros, não há crianças, para continuar a história de uma vida comum interrompida e cujos vestígios são cada vez mais ilegíveis.
O sobrevivente é aquele para o qual o mundo tornou-se indiferente sob o signo das ausências.
A casa vazia dos outros antecipa minha cova, minha impossibilidade de ser plenamente quem sou onde os outros já não existem .
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