o mesmo vazio
através das coisas,
das pessoas e coercitividades
que sustentam a normalidade e o mundo.
Todos os dias o mesmo interdito,
o mesmo silêncio maldito
entre humanismos e banalidades.
E vem sempre de novo
esta desesperada vontade de outra realidade!
Esta necessidade de evasão,
de estar em qualquer outra parte,
buscando a tranquilidade
de um sereno fim de tarde!
Mas, quem sabe hoje,
finalmente me surpreenda,
antes mesmo de soar meio dia,
alguma boa e serena novidade;
qualquer morte que me despedace contra o nada,
que anule de vez todo meu tédio e realidade.
Talvez hoje seja, finalmente,
meu querido último dia.
Quem sabe?
A vida, afinal, não passa
de um lamentável equívoco da matéria.
Um erro a ser corrigido.
Nosso fim nunca se anuncia,
mas constantemente se aproxima.
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