domingo, 25 de fevereiro de 2024

NUNCA MAIS

O tempo apaga experiências e lembranças.
Assim, tudo que somos desaparece
para que a vida permaneça
como transformação e mudança
ao sabor de triviais despedidas.

A memória é como a chama frágil de uma vela
provisoriamente brilhante no absoluto  turvo do esquecimento.
No fim se rende a escuridão e ao silêncio.

Mas não existe a instabilidade do instante.
Apenas a indeterminação de seguir adiante.

A eternidade é um infinito esquecimento
onde tudo é distância, movimento e desaparecimento 
no ritmo do eterno retorno de um nunca mais visto.

Nunca mais há de ser como antes.
Nunca mais será como adiante.
Nunca mais,
desde o primeiro ao último instante,
nunca mais.

 Haverá, agora e sempre,
 dentro e através de nós 
algum nunca mais
enquanto o pó e os anos 
se acumulam
 sobre a estante de livros antigos e
 sempre fechados.
Nunca mais!
Clio jaz morta!




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