Há quem veja no sono
uma pequena e provisória morte
que traímos quando despertamos.
Há quem vislumbre na morte
um sono eterno
ao qual nos entregamos
sem resistência.
Mas tais aproximações
não passam de confusão
ou de um lamentável engano
que embriagava imaginação
dos que carecem de experiência.
Não há morte no sono
nem sono na morte.
Morrer é a realização absoluta
de uma ausência,
de um insuperável e definitivo silêncio
que há de envolver todos nós
em um absoluto esquecimento.
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