A experiência do luto é uma das
mais pessoais que podemos ter ao longo da vida. Sua vivência não apresenta uma
sequencia fechada, um padrão. Sua dinâmica varia de pessoa para pessoa. O
sentimento de desamparo gerado pela perda de vínculos afetivos primários pode
afetar o desenvolvimento de um indivíduo de modo profundo levando a estado de
ansiedade e até mesmo pânico. A morte daqueles que amamos pode chegar às
margens do insuportável e desencadear um sentimento de perda que conduz a estados patológicos, ao
adoecimento. Não é incorreto dizer que tristeza mata. O luto passa, mas a perda
é para sempre. Muda nosso cotidiano e nos obriga a aceitar a vida como devir
permanente, como incerteza. Um pouco de nós morre com quem amamos e lhes
devemos o esforço para seguir em frente. Mas não poucos aqueles que não conseguem seguir em
frente quando perdem um cônjuge ou figura parental importante. Não há outra
resposta ao problema que não passe por uma domesticação da dor. Ela pode
abrandar com o tempo, mas não desaparece. Cada um precisa encontrar seu próprio
modo de lidar com isso.
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