quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

SOBRE PERDAS E LUTO



A experiência do luto é uma das mais pessoais que podemos ter ao longo da vida. Sua vivência não apresenta uma sequencia fechada, um padrão. Sua dinâmica varia de pessoa para pessoa. O sentimento de desamparo gerado pela perda de vínculos afetivos primários pode afetar o desenvolvimento de um indivíduo de modo profundo levando a estado de ansiedade e até mesmo pânico. A morte daqueles que amamos pode chegar às margens do insuportável e desencadear um sentimento de perda  que conduz a estados patológicos, ao adoecimento. Não é incorreto dizer que tristeza mata. O luto passa, mas a perda é para sempre. Muda nosso cotidiano e nos obriga a aceitar a vida como devir permanente, como incerteza. Um pouco de nós morre com quem amamos e lhes devemos o esforço para seguir em frente. Mas não poucos  aqueles que não conseguem seguir em frente  quando perdem um cônjuge ou  figura parental importante. Não há outra resposta ao problema que não passe por uma domesticação da dor. Ela pode abrandar com  o tempo, mas não  desaparece. Cada um precisa encontrar seu próprio modo de lidar com isso.

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