A individualidade excede a si mesma como experiência ontológica, pois pressupõe a ideia de mundo. Mas o mundo é apenas o conjunto dos modos de existência, é como em cada época entendemos a realidade como construção social e provisória.
O mundo é o que somos, o que julgamos, como vivemos. Nossos hábitos são o mundo, aquilo que permanece contra o perecer dos indivíduos. A morte só pode ser concebida como aquela certeza que afirma o mundo contra nós mesmos. Por isso a individualidade tende a exceder a si mesma, a tornar-se mundo através dos nossos atos.
Cada um de nós busca a realidade-mundo. Realizar-se entre os outros como um acontecimento vivo é a meta de cada um de nós através da experiência de existir. Nunca nos conformamos a nós mesmos pois sabemos que existimos para a morte.
Ser um indivíduo é estar sempre em fuga, sempre em busca da realidade do mundo. Apenas o mundo existe. Somos através dos outros o próprio mundo em busca de si mesmo através do tempo e do espaço. O avesso do mundo é a morte, o silêncio, o limite e o caos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário