segunda-feira, 29 de abril de 2019

QUANDO A VIDA SE TORNA UM INCONVENINETE



A paixão pela vida muitas vezes nos ofusca sobre situações básicas da existência.  Por isso não é de se estranhar que os profissionais de saúde, sejam tão inaptos no trato de doentes terminais. Principalmente em um contexto em que o ambiente hospitalar funciona como um dispositivo de ocultação da morte e do morrer para o resto da sociedade.

A fragilidade de nossa condição humana e os impasses biológicos afetam tais profissionais de um modo que a mera adesão a sua persona profissional não se revela uma estratégia eficaz.

Não é fácil morrer na sociedade em que vivemos. O prolongamento artificial da vida, proporcionado pela tecnologia, o apego a preservação da existência do moribundo, a qualquer custo, nos lança a dilemas éticos de difícil solução. Afinal, até que ponto a vida deve ser tratada como um valor inquestionável. Talvez existam circunstancias nas quais a morte é a melhor resposta.

O reconhecimento da eutanásia pode ser o inicio de um processo de reconsideração do viver e do morrer a ser explorado pela Tanatologia como uma das mais recentes e necessárias modalidades do saber.  


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