A paixão pela vida muitas vezes nos ofusca
sobre situações básicas da existência. Por
isso não é de se estranhar que os profissionais de saúde, sejam tão inaptos no
trato de doentes terminais. Principalmente em um contexto em que o ambiente
hospitalar funciona como um dispositivo de ocultação da morte e do morrer para
o resto da sociedade.
A fragilidade de nossa condição humana e os
impasses biológicos afetam tais profissionais de um modo que a mera adesão a
sua persona profissional não se revela uma estratégia eficaz.
Não é fácil morrer na sociedade em que
vivemos. O prolongamento artificial da vida, proporcionado pela tecnologia, o
apego a preservação da existência do moribundo, a qualquer custo, nos lança a
dilemas éticos de difícil solução. Afinal, até que ponto a vida deve ser
tratada como um valor inquestionável. Talvez existam circunstancias nas quais a
morte é a melhor resposta.
O reconhecimento da eutanásia pode ser o inicio de um processo de reconsideração do viver e do morrer a ser explorado pela Tanatologia como uma das mais recentes e necessárias modalidades do saber.
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