terça-feira, 24 de novembro de 2020
VOCÊ NUNCA SERÁ FELIZ
CORPO E MICROBIÓTICA
A microbiótica é fundamental ao funcionamento do corpo.
Nossa pele, nossa boca, nosso intestino, por exemplo, estão cheios de micro- organismos. O corpo não é apenas uma composição complexa de moléculas e células, é também um habitat de bactérias. Também é um determinado tipo de bactéria que promove a decomposição do corpo morto e reintegrando sua matéria-prima ao ambiente natural. Há uma unidade entre corpo e mundo que vai muito além do que concebe nossa consciência.
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
MORTE E LIBERDADE
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
A MORTE COMO IMPERATIVO
A cultura contemporânea, em sua vocação narcisista e antropomórfica, faz da afirmação da vida uma negação da morte. Como se fosse possível pensar a vida sem refletir sobre a morte. Como se não fosse justamente a consciência da finitude nosso diferencial em relação aos demais seres vivos.
A morte está escrita no corpo, no tempo, na consciência e nas coisas.
Ela acontece a nossa volta e dentro de nós. Ela é como um silencioso processo que pode a qualquer momento reduzir a pó todas as nossas ilusórias significações e valorações do mundo e das coisas.
Ninguém pode atestar quantos dias de vida ainda tem pela frente. Somos como castelos de areia a beira mar a mercê do capricho de qualquer onda. O mesmo se aplica a toda sociedade, a nossa própria civilização, a tudo aquilo que damos importância. Poder-se-ia ainda dizer o mesmo sobre o sistema solar e a via láctea, mesmo que seu fim ainda demore alguns milhares de anos. Afinal, o que são mil anos para o universo?
Tudo perece. Nada permanece. Não importa sua duração. Nenhuma memória é maior do que o esquecimento. Nada do que podemos fazer ou ser tem importância fora das falsas urgências do momento presente.
Diante de tudo isso chega a ser constrangedor o quanto inflamos com opiniões e emoções sobre qualquer coisa. Por outro lado, é igualmente constrangedor o quanto nossa consciência e representações da morte são estéreis.
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
QUANDO EU MORRER
A LIBERDADE É A MORTE
A liberdade é a morte,
a afirmação do não ser,
contra a imperativa necessidade de existir,
enterrado em apetites e hábitos
na casca de um rosto qualquer.
Só há paz quando
Nenhuma vontade nos conforma a verdade,
nenhuma necessidade nos obriga a humanidade.
Repito: a liberdade é a morte.
Esta musa inconfessa de todo niilismo,
de toda revolução e reviravoltas da natureza..
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
A MORTE É A RAZÃO DA VIDA
AMOR E LUTO
DO NADA AO NADA
Nada me leva a nada.
Minha sorte é a morte
certa e inesperada.
Nenhuma conquista,
realização ou afeição
me comunica a vida.
Sigo quase mudo no enfado dos dias
no absoluto desvalor do mundo.
Não deixarei legado para ser lembrado.
Nada vivi de importante
para ser lembrado além da morte.
Meus restos apenas serão esquecidos
em um canto de cemitério.
Mas isso vale para todo mundo.
MORRER DORMINDO
Poucos são aqueles
que tem a sorte
de morrer dormindo,
que escapam da vida
passeando em um sonho,
que desaparecem felizes
do palco do grande teatro da humanidade.
Quero morrer vestido de noite,
sem consciência e sem despedida
em alguma fantasia possível
de multiversos oníricos.
quarta-feira, 4 de novembro de 2020
PLENITUDE
Há liberdade
apenas no findar do instante,
no calar dos atos e pensamentos
que decoram a incerteza de um momento.
Há beleza apenas no esquecimento,
no perder-se das coisas,
no silêncio.
Há felicidade apenas
onde deixamos de ser,
onde escapamos ao fardo de existir.