quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

FINITUDE E TEMPO VIVIDO

Resta hoje, quase nada,
do mundo no qual cresci.
Mas, teimosamente, ainda percebo dele, 
alguns vestígios.
Certas  desbotadas e inúteis lembranças,
que sem pudor me assombram
tentando acordar alguma esperança.

Mesmo que os lugares tenham mudado,
que as pessoas estejam  mortas
ou não me reconheçam,
e meus atos não remetam ao passado
de nenhum presente,
tais lembranças reivindicam
certa espectativa de eternidade.

Mas resta hoje,
quase nada de mim,
das coisas que vivi,
e, saber o ontem como memória,
não salvará do nada 
minha inútil existência,
minhas debilitadas lembranças.


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