quarta-feira, 29 de julho de 2015

A VIDA NÃO PRECISA FAZER SENTIDO

Tenho me sentido tão pequeno diante do mundo, tão espantando com o pouco que sabemos sobre o universo, que não vejo na vida qualquer sentido ou significado que me proporcione um motivo para acordar todos os dias. Concluo disto que não preciso de significados para justificar meus atos. A vida é o não sentido das coisas em meio ao acaso vazio da realidade.


Não tenho certezas, não busco verdades... ocupo-me apenas de existir, enquanto isto ainda me é possível. Quando morrer estarei morto. Mas por enquanto sofro os dias, apenas porque involuntariamente respiro.

HUMANIDADE

Talvez sejamos mais do que palavra,
Carne e vontade.
Talvez sejamos todos feitos de imaginações
E sonhos que nunca foram sonhados...

Somos sempre o que ainda não foi
E que talvez nunca seja
Em nossas ilusões de futuro.
Talvez o tempo não caiba na gente.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

SOMOS APENAS POEIRA DE ESTRELAS MORTAS

E  tudo se fez provisório e insensato
Naquele desmedido viver
De todas as coisas.
Os atos se desencontravam dos fatos
E todas as certezas já haviam pulado
No abismo da indiferença.
Era eu apenas,
Entre a terra e o céu
Correndo o mundo
Dentro de um vento.
Já não tinha esperanças
Nem guardava sonhos.
Apenas sofria a realidade
Sem qualquer ilusão de verdade.
Sim. O que eu experimentava
Era a liberdade.
Evitava querer,
Desconstruía o pensar.
Era apenas eu e o momento
Livre de toda a ansiedade,
Mergulhando no silencio,
Na fantasia da absoluta desunião

Dos meus átomos e moléculas.

SUCATA

A casa antiga já não mais existia.
Nem mesmo as paredes
Restavam intactas.
Todos que me abrigavam
Haviam morrido.
Sobravam, entretanto,
Meus restos,
Ainda vivos,
Como testemunho
De um passado perdido.
De todas as formas possíveis,
Eu já não tinha lugar

Neste mundo.

domingo, 26 de julho de 2015

QUANDO A VIDA NÃO VALE A PENA

Quando viver se resume a simples  inércia de permanecer vivo, morrer se torna algo no mínimo irrelevante. Que diferença faz se acordarei mais um dia para dar continuidade a uma rotina vazia e improdutiva? Minha presença entre os outros não faz qualquer diferença e sou apenas mais um a superpovoar a terra sem sonhos e  expectativas de futuro.


Morrer é simples. Viver é difícil. Aliais, nem mesmo mais sei direito o que é esta coisa que chamam de vida.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

A SUBJETIVIDADE OBJETIVA DOS OBJETOS VIVIDOS

Até que ponto vivemos tão profundamente nossos passados e atingimos o obscuro ponto  onde os  esgotamos e os expulsamos da vivencia de nossas perdas e ganhos de simples instante de agora? Até que ponto somos hoje a melhor versão de nós mesmos na coincidência de todos os nossos íntimos tempos?

Talvez não saibamos radicalmente o inacabamento que fica como rastro de nossa mais pessoal condição humana quando a morte nos mistura todos os tempos no calar da material presença que nos resume imersos na materialidade do vivido através do uso e des usos dos nossos mais íntimos objetos...

quarta-feira, 22 de julho de 2015

APESAR DE NÓS

Dentro do mundo
Existem milhares de vidas.
Todas elas nada significam.
Viver é descartável,
Desnecessário ao continuar
Da própria vida.
Existindo somos menos que nada.
Morrendo deixamos seguir a vida,
Apesar de tudo que fomos um dia
e agora se desfez no vazio.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

MORTE E ESQUECIMENTO

Vivíamos no tédio dos lugares comuns
Desperdiçando o tempo
Enquanto passava a vida.
Não nos importava
O  significado das coisas,
As questões últimas
Da condição humana.
Não tínhamos tempo para filosofias.
Pouco nos importava o existir das coisas.
Então, em uma tarde chuvosa,
Simplesmente morremos.
De repente tudo se fez silêncio

E nada ficou do que foi vivido.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O VAZIO DE SER

Meus sonhos acordaram
No deserto.
Calei a vida
Em luto de existência.
Vislumbrei futuros
Que nunca serão possíveis
E todo o meu ser
Se mostrou estupido

E vazio.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

ENVELHECIMENTO E SUICÍDIO

Na medida em que envelhecemos as rotinas vão se fazendo mais insuportáveis, a gente vai perdendo as pessoas que nos definiram por anos a existência, até o ponto de você se sentir tão abandonado pela contemporaneidade que se dá conta de que seu mundo vivido esta morrendo.

Então a única conclusão possível é que você não pertence mais a porra nenhuma e a inércia de continuar vivendo  simplesmente não vale a pena.


Nada mais saudável do que o suicídio quando atingimos a idade dos desertos, quando o próprio corpo que somos nos contradiz as vontades. 

TEMPOS SOMBRIOS

Era um tempo de silêncios e sombras.
De frio e incerteza.
O tempo atrasava a consciência
Rasgando planos e ideias.
As horas escorriam pelas paredes da eternidade.
O céu e o chão tornavam-se etéreos
E não havia caminhos...
Nenhuma saída.
Apenas a agonia de não ter direção,
De estar totalmente só,
Profundamente vazio.


terça-feira, 7 de julho de 2015

MORTE E PLURALIDADE

Vivemos hoje uma época definida pela iminência da transfiguração de todos os valores humanos, onde a própria condição humana encontra-se em jogo e toda a tradição cultural revela-se  duvidosa frente a uma nova realidade definida por uma mudança cognitiva sem paralelos inspirada pelas novas tecnologias digitais.

Podemos hoje questionar em meio as diversas morais que hoje  se definem o que pode ser uma premissa para a construção de sociabilidades em meio a vertiginosa diversidade que atualmente desafia os lugares comuns da vida cultural e social.
Creio que uma estetização da vida cotidiana nunca foi tão urgente. Penso que o desagradável é  o parâmetro que permite a dialética entre as nossas diversas morais. Mas se a ideia de desagradável esta associada a noção de prazer e satisfação é preciso afirmar que, paradoxalmente, aquilo que nos parece bom não nos conduz necessariamente  a realização de nosso desejo.

Qualquer escolha em algum momento nos fará sofrer. Tudo na vida antecipa a morte.


ENVELHECER

Sinto o tempo pesando no corpo.
Envelheço
Esclarecendo todos os vazios
Do meu ser no tempo.
Quantos de mim já fui?
De quantos eus me perdi
Inventando o mundo
Dentro de mim  mesmo.
Amanhã agora

É cada vez mais tarde.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

MALDITA SEJA ESTA VIDA!

A vida é apenas isso.
A falta de sentido
Entre o nascimento e a morte
E a agonia do intervalo
Onde a gente tenta se inventar
Como gente.
Mas tudo que se impõe
É o fatalismo
De se perder de si mesmo
Na falta de sentido

Da agonia de ser.

MORTE E FILOSOFIA

Sofria de filosofias.
A vida era apenas
Um ato de pensamento,
Uma busca gramatical.

Era preciso inventar significados
Que fossem maiores do que os fatos
E mais fortes do que o tempo.

Pensar é um modo de perecer,
De desaprender o cotidiano
E se render diariamente
A própria morte.


sábado, 4 de julho de 2015

TEMPO E MORTE

Era cedo demais para morrer
E tarde demais para viver.
Era ontem, amanhã e nunca.
Tudo se perdia em qualquer angustia
Enquanto eu seguia inútil
Entre  paisagem contemporânea.
Já não estou vivo
Nem morto.
Sinto-me apenas absorto
Entre o absurdo e o caos
De me saber enterrado no tempo

Que me consome.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

O TEMPO E A MORTE

Era cedo demais para morrer
E tarde demais para viver.
Era ontem, amanhã e nunca.
Tudo se perdia em qualquer angustia
Enquanto eu seguia inútil
Entre  paisagem contemporânea.

Já não estou vivo
Nem morto.
Sinto-me apenas absorto
Entre o absurdo e o caos
De me sentir enterrado no tempo

Que me consome.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

SÓ SEI QUE ESTAMOS TODOS MORRENDO...

A verdade é que a gente morre um pouco todos os dias e nem se importa com isso. Vivemos como se não fossemos efêmeros, vazios de Ser em uma existência em mansa agonia.
O futuro?  O Futuro é feito no fundo de tudo aquilo que nunca iremos viver.


Então acenda teu cigarro, solta a fumaça e pensa ali no meio do nada sobre todo o absurdo que define o ato tosco de estar vivo. 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

A VIDA NOS MATA

Quando levamos a vida ao trancos e barrancos, apenas cumprindo obrigações, nos damos conta que pouco vivemos e morrer é quase a fatal confirmação desta triste constatação.
Há de fato coisas piores do que a morte. Isso a gente aprende com a idade e com as perdas sofridas e acumuladas  ao longo de uma vida inteira.

Chega uma hora em que já não é possível estar alegre ou triste. Apenas sabemos que tudo passa e nada podemos fazer quanto a isso.


Por isso digo que a morte é um conceito que nos define a própria vida.