Nada sei sobre os séculos anteriores ao meu nascimento. Não posso falar
sobre o mundo que não conheci. Mesmo assim, dentro de mim moram ainda muitos
passados, vidas interrompidas, emoções perdidas, cotidianos e pessoas que, de
alguma forma, atualizo neste lugar nenhum da minha simples existência.
Sou o que sobrou dos meus mortos. Alguns só conheço de nome. Da maioria
me escapa qualquer vestígio. Mas sei que sou o elo de uma grande cadeia de
vivencias que me atravessam.
Nasci em uma unidade familiar especifica, floresci como indivíduo e
morrerei para viver sem rosto, através dos meus descendentes, qualquer futuro
onde não estarei.
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