sexta-feira, 11 de novembro de 2016

LEMBRANÇAS

Ninguém mais se lembra desta rua
como eu.
Aqueles que o podiam
estão todos mortos.
Apenas eu ainda guardo a memória
dos acontecimentos e dos bons velhos tempos
que não deixaram vestígios
no rosto gasto de cada casa.
Tudo está diferente.
Nem mesmo parece a mesma rua.
Também não sou mais
aquele que costumava ser
e quase duvido dos registros vivos
em minha memória.
Existir é por demais incerto
quando consideramos o tempo.

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