Tenho medo de repentinas
reviravoltas físicas, abalos de saúde e fragilidade do corpo. Hoje mesmo morreu um vizinho, ainda jovem
vitima de um mal súbito. Também fiquei sabendo da morte de um conhecido em um
acidente de transito. Tudo acontece tão de repente. De uma hora para outra podemos perder todas
as certezas da vida. Isso acontece mais frequentemente do que supomos. È como uma realidade invisível relegada a
rotina dos hospitais e necrotérios, uma verdade que preferimos ignorar. Afinal, o que
ganharíamos com esse reconhecimento da incerteza diária sobre a continuidade de
nossas próprias vidas?
Mas estamos todos sujeitos ao
risco de um repentino sinistro. Mesmo
que o dia de amanhã e o próximo final de semana pareçam uma realidade concreta e certa. Talvez se
considerássemos com mais cautela a fragilidade de nossa existência, fizéssemos
cotidianamente opções diferentes, modificando alguns comportamentos e modo de
apreender as coisas vividas. Quem sabe?
Um pouco de incerteza e insegurança
não faz mal a ninguém. No fundo trata-se apenas de uma pequena dose de
realismo.