A morte não é exatamente um fato, já que é impossível dizer o que é o morrer, pois para pensar sobre isso é preciso estar vivo.
Por isso a morte se nega como questão, pois exclui o pensar. Constitui, mesmo, seu próprio limite.
Morrer é um estar fora de tudo. Não se confunde com o cadáver e muito menos com a ausência dos mortos. Nem mesmo pode ser apreendida através do estado terminal de uma enfermidade fatal.
Morrer escapa a tudo. Ao mesmo tempo, é um ontem, um agora e um sempre. É algo que nos acontece, mas só sabemos através do morrer dos outros.
A morte não cabe no morrer e nem o morrer diz a morte enquanto morremos.
Mas o morrer é a vitória do não ser, do sem substância, como fundamento da indeterminação que esclarece o próprio devir humano.
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