terça-feira, 24 de abril de 2018

THANATOSOFIA

A morte não é exatamente um fato, já que é impossível dizer o que é o morrer, pois para pensar sobre isso é preciso estar vivo. 
Por isso a morte se nega como questão, pois exclui o pensar. Constitui, mesmo, seu próprio limite. 

Morrer é um estar fora de tudo. Não se confunde com o cadáver e muito menos com a ausência dos mortos. Nem mesmo pode ser apreendida através do estado terminal de uma enfermidade fatal.

Morrer escapa a tudo. Ao mesmo tempo, é um ontem, um agora e um sempre. É algo que nos acontece, mas só sabemos através do morrer dos outros.

A morte não cabe no morrer e nem o morrer diz a morte enquanto morremos. 

Mas o morrer é a vitória do não ser, do sem substância, como fundamento da indeterminação que esclarece o próprio devir humano.

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