O cérebro define o corpo e estabelece o pensar como qualquer coisa de não natural. Algo que não existe como substância, que não pode ser reduzido à um objeto no domínio ingênuo da representação. Pensar não passa um acontecimento esquisito...
Afinal, o pensamento não pode pensar a si mesmo, desdobrar-se em um outro capaz de lhe impor qualquer exterioridade. O oposto do pensamento é a inconsciência e não a ignorância que sempre pressupõe um fora de si que é produto do próprio pensamento.
Não cabe perguntar o que é o pensamento. Mas experimentar o que ele faz, aquilo do que é capaz como um duplo da linguagem. Pensamento e linguagem estruturam uma consciência do mundo que não é consciência de si, mas um fluxo social de signos e símbolos que acontece através de cada um de nós. Os outros são uma versão estrangeira de mim mesmo. Sendo um eu sou os outros e porto minha própria morte, a fatalidade de me dissolver no acontecer de todos.
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