terça-feira, 16 de junho de 2015

A ANGUSTIA DA MORTE

O que mais me incomoda no fenômeno da morte, não é o trágico fato de que morrerei um dia. Mas de saber que terei que viver a morte de pessoas que amo. A ideia de não poder mais falar, abraçar e fazer coisas com aqueles que se tornaram profundamente parte da minha vida, é a mais assombrosa experiência da morte.

Esta subtração inevitável da minha realidade e dos outros é algo difícil de lidar. Isso me faz pensar que a vida não tem um significado. E não me venham falar de fantasias religiosas sobre vida eterna ou coisa que o valha. Não sou um idiota para levar em consideração tais balelas que não valem a imagem do cadáver de um ente querido.

Apenas morremos. Isso é um fato diante do qual não funciona a cegueira de nenhuma fé.

Sei que já escrevi sobre isso antes. Mas este é um assunto sempre presente, que nunca se esgota, e nos coloca diante da dor de sofrer o passar do tempo e das coisas. Não busco aqui nenhuma resposta, nenhuma saída filosófica. Apenas , mais uma vez, expresso minha perplexidade e a sombra do medo que me acompanha constantemente.

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