O que mais me incomoda no
fenômeno da morte, não é o trágico fato de que morrerei um dia. Mas de saber
que terei que viver a morte de pessoas que amo. A ideia de não poder mais
falar, abraçar e fazer coisas com aqueles que se tornaram profundamente parte
da minha vida, é a mais assombrosa experiência da morte.
Esta subtração inevitável da
minha realidade e dos outros é algo difícil de lidar. Isso me faz pensar que a
vida não tem um significado. E não me venham falar de fantasias religiosas
sobre vida eterna ou coisa que o valha. Não sou um idiota para levar em
consideração tais balelas que não valem a imagem do cadáver de um ente querido.
Apenas morremos. Isso é um fato
diante do qual não funciona a cegueira de nenhuma fé.
Sei que já escrevi sobre isso
antes. Mas este é um assunto sempre presente, que nunca se esgota, e nos coloca
diante da dor de sofrer o passar do tempo e das coisas. Não busco aqui nenhuma
resposta, nenhuma saída filosófica. Apenas , mais uma vez, expresso minha
perplexidade e a sombra do medo que me acompanha constantemente.
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