Não tinha muito apego a vida.
Depois de certa idade começava a perceber a existência como um estado
provisório e efêmero destinado ao malogro.
Ele apenas respirava e sofria o
tempo sentindo seu corpo pouco a pouco mudar ou, simplesmente, declinar. A única
expectativa que possuía era com respeito as circunstâncias de sua morte.
A ideia de suicídio lhe
confortava. Era uma forma de vislumbrar algum controle sobre a situação absurda
e sem sentido que era a existência. Viver e envelhecer sozinho havia feito dele
um cético. Quase um niilista.
Todas as coisas e situações da
vida passam. Todas as preocupações que lhe atormentavam o pensamento amanhã não
significariam mais nada. O que
importava? Tudo era absolutamente superficial e perene.
Sim. A ideia de suicídio mostrava-se
interessante diante de um existir tão árido e solitário.
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