terça-feira, 9 de junho de 2015

O SUICÍDIO E A PERENIDADE DA EXISTÊNCIA

Não tinha muito apego a vida. Depois de certa idade  começava a perceber a existência como um estado provisório e efêmero destinado ao malogro.

Ele apenas respirava e sofria o tempo sentindo seu corpo pouco a pouco mudar ou, simplesmente, declinar. A única expectativa que possuía era com respeito as circunstâncias de sua morte.
A ideia de suicídio lhe confortava. Era uma forma de vislumbrar algum controle sobre a situação absurda e sem sentido que era a existência. Viver e envelhecer sozinho havia feito dele um cético. Quase um niilista.

Todas as coisas e situações da vida passam. Todas as preocupações que lhe atormentavam o pensamento amanhã não significariam mais nada.  O que importava? Tudo era absolutamente superficial e perene.

Sim. A ideia de suicídio mostrava-se interessante diante de um existir tão árido e solitário.


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