Nos apropriamos do mundo na medida em que nos tornamos capazes de
representa-lo como linguagem e transcender gradativamente o mimetismo imposto
pela natureza e pelo império material da necessidade. Mas isso não fez de nós
seres abstratos, mesmo que alguns delirem em suas obtusas convicções
metafisicas que possuímos uma essência abstrata a que chamam de alma,
reportando-se aos tempos mais infantis da cultura humana.
O fato é não sacralidade alguma na vida e somos seres perecíveis e
provisórios cuja existência é indiferente ao mundo em que vivemos.
A ideia de que vamos morrer é o que nos fundamenta a perplexidade do
fato de estar vivo. Diferente de todos os outros animais , pelo que sabemos até
agora, somos os únicos e ter consciência
da morte. É isso o que nos torna tragicamente únicos.
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