Que a palavra me redima desta
curta e decepcionante aventura que foi a existência.
No final ela é tudo que fica como
uma pálida reminiscência de tudo aquilo que fui e que não pude ser. Através
dela cristalizo meus limites, meus universos e sentimentos despudoradamente
vomitados no espaço em branco dos pensamentos.
Sei que algo sempre faltará ao
dizer, que dele jamais poderão ser deduzidas todas as consequências da minha
vida. Mas ela será o pouco que sobra da
minha quase invisível presença no mundo.
A palavra é, de certa maneira, o testemunho do meu corpo.
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