A morte possui uma intima relação
com o passado e com a memória. Ela sempre nos remete a lembrança de pessoas que
perdemos, de momentos que não voltam mais. Trata-se, entretanto, de uma
associação ilusória. Nossas lembranças remetem a vida que se foi, nada remetem
a morte, visto que ela é silêncio e desaparecimento. Tendemos a reduzir a
própria morte a representação da vida. Mesmo quando não lhe impomos a fantasia
de uma eternidade metafísica. A morte é
um conceito limite que transcende qualquer representação. Pode-se mesmo dizer
que ela é a ausência de representação e da própria linguagem. Trata-se de algo
que não pode ser definido em termos de consciência. Representar a morte é um
contra senso. Mesmo o falar sobre a morte é um dizer da vida.
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