“O tempo é um rio formado pelos eventos, uma
torrente impetuosa. Mas se avista lima coisa, já foi arrebatada e outra se lhe
segue, que será carregada por sua vez.”
Marco
Aurélio in Meditações
Fiz
o inventário provisório dos meus esquecimentos. Soube um vazio intenso povoado por
esgotamentos e sucatas, pela memoria
quebrada dos mortos, pelos restos degradados de momentos perdidos e pleos vestígios
de muitos futuros abortados.
O
efêmero do sempre agora é um infinito impossível que se multiplica a cada novo
acontecimento. Ele é o eterno imperfeito em sua durabilidade, em seu perpetuo
vir a ser onde tudo que se repete já é metamorfose, uma outra versão de si. Não
a identidade, tudo é simulacro, superfície. Tudo que é se perde em silencio e
esquecimento. Tudo é perecível.
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