O consumado da felicidade é algo pronto e acabado e,
depois de certa idade, não há muito o que esperar dos dias. Não quero viver
mais do que o necessário, mais do que minha solidão e insatisfação com as
rotinas permite.
Tudo tem sempre um ponto final e isso não faz parte de
nenhum plano. Não tem qualquer propósito. Meu existir é só um arranjo
provisório de moléculas que percorrem o universo. Um dia todos os meus átomos
se livrarão de mim.
É preciso viver a vida em preto e branco. Não se deixar
distrair pelas cores alegres de certezas mágicas e ser levado pela embriaguez
do momento, pelo consolo de qualquer ilusão de boa nova e efêmera alegria.
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