quarta-feira, 7 de junho de 2017

A VAIDADE DE SER


Viver é fazer coisas. A inercia é o oposto da vida. Mesmo quando estamos parados estamos assumindo uma posição momentânea e precária que em pouco tempo é substituída pelo ato e nada mais é do que um intervalo entre uma ação e outra. Além disso,  mesmo na inercia existe o acontecer dos fatos. O não existir é a única forma de não acontecer ou não sofrer acontecimentos.  Uma causa é o sofrer de um efeito.

Mas se viver é fazer coisas, isso não significa que nossas ações sejam importantes ou modifiquem algo externamente ao nosso modo de entender a existência. Tudo me faz acreditar no contrário. Toda realização humana é insignificante se pensarmos no acontecer do universo. Universo este que ainda somos capazes de conceber apenas precariamente.


Assim, a realidade é o mais confortante conceito humano, pois nos faz sentir parte de tudo aquilo que nos cerca. Mais do que isso, nos torna demasiadamente vaidosos quanto a nossa ilusória capacidade humana de modificar o mundo vivido. Mas toda invenção humana é irrelevante do ponto de vista da natureza. A humanidade exagera demasiadamente o valor de seus feitos e os efeitos nulos de sua realidade.

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