Nunca encontrei ninguém através
dos livros que me dissesse qualquer coisa que pudesse por abaixo todas as certezas
que decoram nossa experiência social do mundo.
Fui, ao contrário, vitima de uma demasiada afirmação do ser e do pensar
positivo, de enunciados diversos com
pretensão a verdade e ao esclarecimento abstrato.
Nunca compreendi direito a
natureza da razão, o dizer rebuscado das ditas coisas do espírito que não valem
a experiência de uma boa garrafa de
vinho. Tamanho é meu niilismo que não me deixo facilmente levar pelo raciocínio
mais perfeito. Todo o edifício do pensamento parece-me assentado sobre fundações
frágeis.
Nada me parece proporcionar a
realidade qualquer sentido, propósito ou teleologia que de algum modo seja
convincente. Acorda em mim , diante de
todas as narrativas possíveis, sejam filosóficas ou científicas, um profundo fastio e descrença diante da
condição humana e seus feitos. Nada me parece digno de valor. Toda a História
humana não passa de uma patética aventura onde todo ato e fato criador
permanece etéreo frente ao devir que permeia toda experiência possível das coisas.Tudo aquilo que existe está
destinado ao desaparecimento.
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