sexta-feira, 2 de junho de 2017

FILOSOFIA DO NÃO SENTIDO

Nunca encontrei ninguém através dos livros que me dissesse qualquer coisa que pudesse por abaixo todas as certezas que decoram nossa experiência social do mundo.  Fui, ao contrário, vitima de uma demasiada afirmação do ser e do pensar positivo, de enunciados diversos  com pretensão a verdade e ao esclarecimento abstrato.

Nunca compreendi direito a natureza da razão, o dizer rebuscado das ditas coisas do espírito que não valem a experiência de uma boa  garrafa de vinho. Tamanho é meu niilismo que não me deixo facilmente levar pelo raciocínio mais perfeito. Todo o edifício do pensamento parece-me assentado sobre fundações frágeis.


Nada me parece proporcionar a realidade qualquer sentido, propósito ou teleologia que de algum modo seja convincente. Acorda  em mim , diante de todas as narrativas possíveis, sejam filosóficas ou científicas,  um profundo fastio e descrença diante da condição humana e seus feitos. Nada me parece digno de valor. Toda a História humana não passa de uma patética aventura onde todo ato e fato criador permanece etéreo frente ao devir que permeia toda experiência possível  das coisas.Tudo aquilo que existe está destinado ao desaparecimento.

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