Um dia estarei
tão distante do que sou hoje que não me reconhecerei em meu passado. Não serei
em minha própria vida de tão afogado na realidade impessoal das coisas do mundo.
No fundo, durante toda existência, não fui mais do que a realização impessoal de
uma individualidade perdida nas indeterminações sociais, no mais imediato e
sem rumo acontecer no mundo.
Sou para mim mesmo o
meu próprio enigma, o vazio preenchido de tudo, aquilo que transborda
significados e se perde na confusão imediata e breve de todas as coisas vivas e
inanimadas.
De forma alguma me defino, nem mesmo como um ser humano.
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