O finito jogo de possibilidades que nos define cada época da vida, de forma alguma pode ser entendido como escolhas. Mas como potencialidades pré determinadas de desenvolvimento. Somos reféns de nosso ponto de partida. Há sempre condições e premissas. Somos o que podemos ser subordinados às condições externas de nossa existência. Estamos sempre condicionados à determinado ambiente social e cultural que estabelece de antemão nosso vir a ser. Fazemos escolhas, mas elas não nos transformam em qualquer coisa diferente do que fomos condicionados à realizar. Ninguém escolhe morrer. Vivemos, ao contrário, como se fôssemos eternos. Mas morremos contra toda as expectativas que a vida nos leva a ter. Isto se aplica a tudo que nos acontece. Somos como jogadores sem direito a escolher o jogo. Mas agimos como se as regras não existissem para fugir a angustia provocada por tais condicionamentos. Seja como for, nada será um dia da forma que poderia ser segundo nossas mais banais idealizações. A vida é o que é: uma experiência limitada e frustrante carente de qualquer propósito. Assim sendo, apenas viva. Não crie expectativas ou alimente ansiedades. Nossos desejos nos limitam.
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