O que me assusta
na vida é que tudo tende ao inacabamento.
Existir não tem
conclusões, é um acontecer aleatório. Pode-se mesmo dizer: uma agonia sem sentido. Acumulamos
perdas e seguimos vazios sem recorrer à qualquer esperança. Não há nada além da
rotina, nada a esperar. Mesmo assim somos movidos por um querer constante.... Inventamos razões, justificativas e propósitos.
Mas até quando
haverá outro dia? Pode ser hoje o meu último ato. Deixarei tudo desarrumado,
sem o consolo de despedidas e nem mesmo saberei disso com a devida antecedência.
Alguns poucos
lembrarão meus feitos, os compromissos descumpridos e as promessas quebradas. Mas
que importa isso quando já não me será possível provar a realização de mim
mesmo através de qualquer ato? O mundo ainda será mundo, tudo seguirá absurdo e
nada disso tem importância. Pois que fique inacabado este rabisco despretensioso,
que ele seja como o fim da vida... Nada de conclusões. Tudo termina sem ponto
final.
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