terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

SOBRE O FIM DA VIDA



O que me assusta na vida é que tudo tende ao inacabamento.

Existir não tem conclusões, é um acontecer aleatório. Pode-se mesmo dizer: uma agonia sem sentido. Acumulamos perdas e seguimos vazios sem recorrer à qualquer esperança. Não há nada além da rotina, nada a esperar. Mesmo assim  somos movidos por um querer constante.... Inventamos razões, justificativas e propósitos.  

Mas até quando haverá outro dia? Pode ser hoje o meu último ato. Deixarei tudo desarrumado, sem o consolo de despedidas e nem mesmo saberei disso com a devida antecedência.

Alguns poucos lembrarão meus feitos, os compromissos descumpridos e as promessas quebradas. Mas que importa isso quando já não me será possível provar a realização de mim mesmo através de qualquer ato? O mundo ainda será mundo, tudo seguirá absurdo e nada disso tem importância. Pois que fique inacabado este rabisco despretensioso, que ele seja como o fim da vida... Nada de conclusões. Tudo termina sem ponto final.

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