quarta-feira, 8 de maio de 2019

MORTE E DIALÉTICA


Deslocado da vida,
Do eu e do acaso,
Posso finalmente escutar
O outro que fala em mim.
Posso saber seu desejo
Que me contraria a vontade
Em meio ao impasse
De ser o eu e o outro.
Qual de nós persiste?
Quem definitivamente é?
Por um segundo percebo
Entre nós um terceiro,
Um clandestino,
Que possui a indiferença de um assassino.
Sei que a morte é o destino de ser.
Mas quem é esse que morre em mim?
Quem é aquele que não sou
E não me diz o outro?

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