Embora
naturalizada, a simples existência do eu e do mundo ainda pode provocar
assombros entre os mais sensíveis. Não seria descabido medir nossa lucidez pelo
estranhamento e a vertigem que nos provoca o Ser. Mas, somos educados para ignorar isso. É
preciso atingir a velhice para espantar-se como um recém nascido. Mas trata-se aqui de algo elementar. Todo o
saber humano não dá conta do fenômeno de nossa existência. Não podemos
esgota-la em alguma formula de verdade ou mistificação religiosa. O caos e o
acaso são a melhor definição de vida e existência. Mesmo assim, evitamos o
absurdo. Inventamos o dizer das coisas para fugir as coisas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário